60º Encontro da Regional Nordeste 3 reúne docentes da Bahia, Sergipe e Alagoas. Foto Ascom Fórum das ADs
Autonomia universitária e democracia foram os principais temas da atividade
Aconteceu no último final de semana, entre sexta (14) e sábado (15), o 60º Encontro da Regional Nordeste 3 do ANDES-SN. Este ano o tema central em debate foi “Fortalecer as universidades públicas com autonomia e democracia frente aos ataques das políticas neoliberais”. O encontro, sediado na capital baiana, reuniu docentes das instituições de Ensino Superior (IES) da Bahia, Sergipe e Alagoas. Contou, ainda, com a participação da Presidenta do Sindicato Nacional, Rivânia Moura. As Associações Docentes Baianas participaram com delegações representativas composta por diretores (as) sindicais e professores (as) que fazem parte do Movimento Docentes das Universidades Estaduais Baianas.
A mesa de abertura foi marcada pelo debate sobre o desafio que as universidades públicas têm nesse momento de não ficarem restrita apenas aos estudantes, técnicos (as) e professores (as). Rivânia Moura explanou sobre a importância de uma atuação do movimento docente que cumpra a tarefa de fazer com que a sociedade entenda o papel da universidade pública e a necessidade das discussões ganharem as ruas. A presidenta do Sindicato Nacional demarcou, ainda, o papel do encontro na Semana Nacional de Lutas e o protagonismo das Associações Docentes Baianas.
“O Encontro da Regional Nordeste 3 aparece como um ‘coroamento’ de uma semana de lutas. Nós tivemos essa semana mobilizações nas federais e estaduais. Aqui na Bahia destacamos o protagonismo das Universidades Estaduais no processo de luta pelas condições salariais e de trabalho e, nesse contexto, o encontro nos fortalece. É um momento em que temos o debate, posições diferentes, avaliações de conjuntura divergentes, mas isso nos impulsiona na avaliação e preparação de nossas lutas”, demarcou a presidenta.
Presidenta Nacional do ANDES-SN foi uma das palestrantes do encontro. Foto Ascom Fórum das ADs
A experiência de luta das Universidades Estaduais da Bahia também foi tema para a segunda mesa. Elson Moura, representando a ADUFS, explanou sobre o papel do Fórum nos seus mais de 20 anos de resistência enquanto um espaço de sínteses, consensos e articulação da luta em defesa das universidades estaduais baianas. “Acredito que esse espaço é uma via de mão dupla, tanto o Fórum ouve as demais experiências quanto o Fórum apresenta a sua própria experiência. É comum ouvirmos no ANDES a referência ao Fórum das ADs. Já que hoje debatemos dois temas pulsantes no momento, que é autonomia e democracia, acredito que trazer a experiência do Fórum para os companheiros de outras ADs pode ajudá-los e ajudá-las em organizações e formas de unificar a luta”, argumentou o professor.
Representantes sindicais das Associações Docentes Baianas frisaram a importância do espaço no sentido de fortalecer o movimento docente para os desafios da conjuntura. O novo coordenador da ADUNEB, Clóvis Piáu, destacou por exemplo a importância do diálogo. “É sempre importante a gente dialogar com os nossos pares. São professores e professoras de três estados falando sobre a precarização do nosso trabalho, a ausência de políticas públicas voltadas para educação e como o movimento sindical é necessário na atual conjuntura. Em todas as análises feitas vemos essa tônica, de que cada vez mais é preciso que o movimento se fortaleça e cresça”, defendeu o professor.
A atuação do Fórum das ADs foi tema para discussão na segunda mesa do encontro. Foto: Ascom Fórum das ADs
O encontro aconteceu na mesma semana em que professores (as) das universidades estaduais paralisaram suas atividades acadêmicas e realizaram um grande ato que reuniu docentes e discentes de várias regiões da Bahia. Atualmente, a principal bandeira de luta do Fórum das ADs tem sido a luta pelo combate à desvalorização salarial e precarização da UNEB, UEFS, UESB e UESC. Na esfera das universidades federais, os temas em debate no momento passam pelo reajuste de 9% para servidoras e servidores públicos do Executivo Federal, acordado com o governo através da Mesa Nacional de Negociação Permanente e também o Projeto de Lei pelo Fim da Lista Tríplice.
