Universidades públicas mostram sua importância na luta contra o coronavírus

Via Adufs

Criação de laboratórios de impressão 3D para a construção de protetores faciais, confecção de máscaras, inteligência artificial e novos exames para diagnóstico para monitoramento de informações são algumas das ações e pesquisas desenvolvidas em universidades públicas brasileiras no combate ao novo coronavírus. Apesar da falta de financiamento dos governos a essas instituições, inclusive para as pesquisas, elas mostram à sociedade a sua importância na produção e divulgação do conhecimento científico.
Na região Nordeste, por exemplo, a UEFS e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) se prepararam para colaborar com o diagnóstico da doença. Em se tratando da primeira, foram criados dois laboratórios de impressão 3D para a construção de protetores faciais feito com um suporte impresso em plástico com acetato e elástico. O suporte protege a face de gotículas contaminadas e aumenta o tempo de uso das máscaras. O Laboratório instalado na Uefs produz cerca de 40 protetores por dia. Doações já foram feitas para diversos hospitais da região de Feira de Santana, além do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Outra ação desenvolvida é a confecção e distribuição de máscaras de tecido. Já na UFBA foram importados dois tipos de testes para identificação do vírus, sendo um utilizado nos Estados Unidos e outro na China.
As pesquisas seguem também em outros estados. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está desenvolvendo um novo teste de diagnóstico para a doença causada pelo vírus. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também trabalha na produção de um novo exame de diagnóstico que seja mais barato e rápido. A instituição criou um grupo de trabalho multidisciplinar para ações de orientação, diagnóstico e tratamento de possíveis casos da doença. Outra linha de atuação do grupo, na área de engenharia, é o desenvolvimento de uma inteligência artificial capaz de monitorar informações relacionadas à chegada do vírus.
O sequenciamento do genoma do coronavírus no Brasil – importante para o entendimento da origem e evolução do vírus – teve a participação da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa foi feita pelo Instituto Adolfo Lutz, também com a parceria da Universidade de Oxford. A análise é fundamental para o desenvolvimento de vacinas, assim como para a criação de testes com o objetivo de se obter diagnósticos mais precisos.

Outras ações
Universidades públicas também participam por meio de políticas de prevenção junto ao governo, além de levar informação aos cidadãos. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por exemplo, auxiliou na elaboração do Protocolo Clínico para Manejo de Pacientes, um manual com os procedimentos adequados para o atendimento de pessoas infectadas. Já a Universidade Federal do Ceará criou um grupo que faz a articulação institucional com autoridades de saúde do estado e dos municípios. Juntos, eles definem ações estratégicas contra o coronavírus. A Universidade Nacional de Brasília (UnB) segue uma linha semelhante, e contribui com planos de preparação e de contingência junto à Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Um estudo sobre o avanço do Coronavírus no Rio Grande do Sul será desenvolvido nas próximas semanas em cidades estratégicas do Estado. A pesquisa incluirá quatro inquéritos populacionais realizados a cada duas semanas por meio de visitas domiciliares, quando os participantes serão submetidos a um teste rápido para o vírus da Covid-19. O objetivo do estudo é estimar o percentual de pessoas infectadas no Estado, conhecer a velocidade com que o vírus se alastra e identificar o percentual da população assintomática.
Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) testaram um ventilador pulmonar para emergências. O equipamento foi produzido em até duas horas e é 15 vezes mais barato do que os aparelhos disponíveis no mercado. Batizado de "Inspire", o respirador foi criado para suprir uma possível demanda do equipamento hospitalar durante a pandemia do coronavírus, com baixo custo, tecnologia e componentes nacionais.
A equipe do Centro de Pesquisas e Caracterização de Petróleo e Combustíveis (CoppeComb) da Coppe/UFRJ está colaborando na produção do álcool 70º antisséptico para as unidades hospitalares e residência estudantil da UFRJ. 

Texto: Ascom Adufs